J.K. Rowling, autora da renomada série “Harry Potter”, voltou ao centro de uma intensa controvérsia ao financiar iniciativas que excluem mulheres trans de espaços e serviços destinados a mulheres. As ações recentes da escritora reacenderam debates globais sobre direitos, inclusão e a definição de gênero.
Em maio de 2025, Rowling fez uma doação significativa para a MoMa Breastfeeding, uma nova instituição de caridade no Reino Unido que oferece suporte à amamentação exclusivamente para mulheres biológicas. A organização foi criada por ex-trustees da La Leche League GB, que foram destituídos após se oporem à inclusão de mulheres trans nos serviços de apoio à amamentação. A MoMa argumenta que espaços exclusivos para mulheres são essenciais para um suporte eficaz entre mães.
Além disso, Rowling estabeleceu o J.K. Rowling Women’s Fund (JKRWF), uma organização privada destinada a financiar casos legais relacionados ao que ela descreve como “direitos baseados no sexo” das mulheres. Embora a autora afirme que o fundo visa proteger os direitos das mulheres, críticos interpretam a iniciativa como parte de sua contínua oposição aos direitos das pessoas trans.
Rowling também doou £70.000 para o grupo For Women Scotland, que contestou judicialmente a definição de “mulher” na Lei de Representação de Gênero em Órgãos Públicos de 2018. O grupo argumenta que incluir mulheres trans na definição legal de “mulher” impacta negativamente os direitos das mulheres cisgênero. A doação de Rowling foi feita logo após o grupo receber permissão para apelar ao Supremo Tribunal do Reino Unido.
As ações de Rowling têm sido amplamente criticadas por defensores dos direitos LGBTQIA+. Daniel Radcliffe, que interpretou Harry Potter nos cinemas, expressou tristeza pelas posições da autora sobre pessoas trans e afirmou que não mantém contato com ela há anos. Organizações de direitos humanos e ativistas trans também condenaram as iniciativas financiadas por Rowling, argumentando que elas promovem a exclusão e a discriminação.
Por outro lado, Rowling afirma que suas ações visam proteger os direitos das mulheres e garantir espaços seguros para elas. Ela nega ser transfóbica e insiste que está defendendo a importância do sexo biológico na formulação de políticas e serviços.
As recentes iniciativas financiadas por J.K. Rowling destacam as complexidades e tensões no debate sobre direitos de gênero e inclusão. Enquanto a autora afirma estar defendendo os direitos das mulheres, críticos argumentam que suas ações contribuem para a marginalização de pessoas trans. O debate continua a evoluir, refletindo as profundas divisões e desafios na busca por uma sociedade mais inclusiva e equitativa.