Produzido pela joint venture SAIC‑GM‑Wuling, o Hongguang Mini EV foi lançado em julho de 2020 com preço inicial de aproximadamente 28.800 ¥ a 38.800 ¥, o que equivale a cerca de US$ 4.100 ou R$ 21. 000 no câmbio da época.
É um micro‑carro elétrico de quatro lugares, com apenas 2,91 m de comprimento, voltado ao uso urbano.
Em 2025, liderou vendas na China, com mais de 31. 000 unidades vendidas apenas em fevereiro, segundo dados da China Passenger Car Association.

Dados técnicos principais
Dimensões: 2,91 m (C) × 1,49 m (L) × 1,62 m (A); entre-eixos de 1,94 m;
Bateria: capacidade de 16,2 kWh, autonomia até 205 km (NEDC); recarga de 35 min para 80%;
Motor: 30 kW (≈41 cv); acelera de 0 a 50 km/h em 4,9 s, atingindo até 100 km/h.
Essas características configuram um carro compacto, com consumo eficiente (equivalente a 82 km/l), ideal para o tráfego em cidades densas.
Desafios para importação e legalização no Brasil
Tributação elevada
A partir de 2024, elétricos importados passaram a enfrentar alíquotas de importação que chegam a até 35% até julho de 2026, conforme medidas recentes do governo brasileiro. Isso torna o custo de importação proibitivo.
Homologação e requisitos do Contran/DENATRAN.
Para serem legalizados, carros precisam passar por:
Homologação técnica (Inmetro, normas brasileiras), testes de impacto lateral, controle eletrônico de estabilidade (ESC), luzes diurnas (DRL), alerta de frenagem brusca, repetidores de seta nos retrovisores, airbags, cintos, freios ABS…
Modelos como o Wuling Mini EV, no entanto, não foram projetados originalmente para esses padrões. Não há registro de homologação pelo Inmetro ou aprovação para circulação em vias públicas brasileiras.
Classificação irregular como ‘brinquedo’
Alguns “mini‑carros” são importados como brinquedos, sem cumprir requisitos de registro, placa e segurança. A legislação brasileira exige registro como automóvel, o que esses veículos não atendem.
Seguro, peças e suporte técnico
Mesmo com homologação, a ausência de rede autorizada no Brasil gera incerteza sobre manutenção, reposição de peças e recalls — problemas já reportados quanto ao valor do usado e suporte para marcas chinesas.

O Wuling Mini EV cumpre a legislação brasileira?
Com base nos requisitos obrigatórios a partir de 2024:
DRL, ESC, repetidores, airbags, cinturões de três pontos e testes de impacto lateral — o Mini EV não traz esses itens em sua configuração padrão. Jamais foi submetido aos padrões de segurança exigidos pelo Contran/DENATRAN/Inmetro , logo, não atende requisitos para emplacamento legal no Brasil.
Viabilidade urbana no Brasil
Pontos positivos
Tamanho compacto (menos de 3 m) torna-o ideal para grandes centros como SP e RJ;
Emissões zero e autonomia urbana eficiente, bom para uso diário;
Faixa de preço abaixo de R$ 40 mil equivalente no mercado original torna-o altamente competitivo se homologado.
Limitações reais
Sem homologação, não pode rodar legalmente nas ruas;
Falta de suporte pós-venda e risco de desvalorização rápida: usados já reportaram perdas de até 50%;
Em caso de integração local, ainda haveria custo do imposto de importação, homologação, testes e adaptação à infraestrutura nacional;
Infraestrutura de recarga ainda limitada (cerca de 3.000 pontos; muitos sem padrão universal).
O Wuling Hongguang Mini EV representa uma proposta urbana de baixo custo com apelo global por eficiência, economia e tamanho reduzido — fatores que poderiam torná-lo adequado ao Brasil.

No entanto, entra em conflito direto com altíssimas tarifas de importação, exigências técnicas de segurança obrigatórias no Brasil, ausência de homologação, registro e rede de suporte e incertezas de mercado e legislação.
Portanto, mesmo viável sob critérios urbanos, hoje é inviável legalmente no Brasil, a não ser que se estabeleça produção nacional, homologação completa e investimento oficial com infraestrutura e distribuição. A chegada de marcas como BYD e GWM (no programa Mover) sinaliza esse movimento — mas o Mini EV, ainda que promissor, demanda um conjunto robusto de ações antes de sair da garagem.