Em um movimento ousado e surpreendente, a família Trump acaba de entrar oficialmente no disputado mercado de telecomunicações dos Estados Unidos. No dia 16 de junho de 2025, a Trump Organization — agora sob o comando direto de Donald Trump Jr. e Eric Trump — anunciou o lançamento de uma nova operadora de telefonia móvel chamada Trump Mobile, além da estreia do T1 Phone, um smartphone com visual e proposta marcantes. A revelação foi feita durante uma coletiva de imprensa na icônica Trump Tower, em Manhattan, e já está movimentando o cenário político, comercial e tecnológico norte-americano.
A nova operadora funcionará no modelo MVNO, sigla para operadora móvel virtual, utilizando a infraestrutura de grandes empresas como T-Mobile, e possivelmente também da Verizon e AT&T, o que permite à Trump Mobile oferecer cobertura nacional sem a necessidade de manter suas próprias torres. O carro-chefe da nova empresa é o plano batizado de “The 47 Plan”, uma clara referência à possível candidatura de Donald Trump como o 47º presidente dos Estados Unidos. O pacote custa US$ 47,45 por mês e promete benefícios agressivos: chamadas, mensagens de texto e dados ilimitados, acesso a serviços de telemedicina, assistência rodoviária e ligações internacionais gratuitas para mais de 100 países — um diferencial incomum entre operadoras concorrentes.

Outro ponto estratégico da nova empreitada é o apelo patriótico. Toda a operação de atendimento ao cliente da Trump Mobile será baseada nos Estados Unidos, com call centers localizados no estado do Missouri. A empresa tem destacado intensamente o slogan “Orgulhosamente projetado e montado nos EUA”, apostando no sentimento nacionalista de grande parte do eleitorado conservador americano, principal público-alvo da marca.
Já o T1 Phone, primeiro smartphone lançado com a marca Trump, chega ao mercado com um design robusto e características técnicas competitivas. Com lançamento previsto para agosto ou setembro de 2025, o aparelho já está em pré-venda mediante depósito de US$ 100. O preço total será de US$ 499, e as especificações prometem desempenho de ponta: tela OLED de 6,78 polegadas com taxa de atualização de 120Hz, sistema operacional Android 15, 12 GB de memória RAM e 256 GB de armazenamento interno (expansível). A bateria de 5.000 mAh garante boa autonomia, e o sistema de câmeras inclui um sensor principal de 50 megapixels. Um detalhe curioso é a presença do conector tradicional de fones de ouvido (P2), cada vez mais raro em smartphones modernos. O acabamento externo será em tom dourado, reforçando a estética de luxo e exclusividade associada à marca Trump.
Nos bastidores, documentos oficiais indicam que a empresa já registrou as marcas “Trump Mobile” e “T1” no Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos (USPTO), abrangendo produtos eletrônicos, acessórios e serviços digitais. A movimentação mostra que a estratégia não é improvisada: trata-se de uma entrada cuidadosamente planejada em um setor bilionário. A Trump Organization já atua em ramos diversos, como hotelaria, construção civil, mídia digital e criptomoedas — e agora tenta conquistar seu espaço entre as gigantes da tecnologia e telecom.

Apesar do peso da marca Trump e da estrutura de marketing bem orquestrada, os desafios à frente não são pequenos. O mercado de telefonia nos Estados Unidos é altamente competitivo, dominado por nomes consolidados como AT&T, Verizon e T-Mobile. O sucesso da Trump Mobile dependerá da capacidade de fidelizar seu público-alvo — especialmente o eleitor conservador — e de entregar um serviço confiável, com diferenciais reais frente à concorrência. A estratégia de oferecer suporte humano localizado, serviços agregados e um apelo ideológico evidente pode funcionar como fator decisivo de penetração.
A recepção nas redes sociais foi mista: enquanto apoiadores elogiam a proposta “patriótica” e promissora, críticos apontam a movimentação como um uso político do setor privado. Independentemente das opiniões, é inegável que a entrada da família Trump no mercado de smartphones e telecomunicações marca um novo capítulo na já multifacetada trajetória empresarial do ex-presidente.
Com pré-venda em andamento e expectativa de entrega do T1 Phone ainda no terceiro trimestre de 2025, resta saber se o empreendimento será capaz de transformar o nome Trump em sinônimo também de tecnologia e conectividade. Por ora, o projeto avança com grande visibilidade e ambição, e a promessa é clara: oferecer uma alternativa 100% americana, com estilo, ideologia e serviços personalizados para quem se identifica com a visão de mundo do clã Trump.